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Como reciclar: veja 4 dicas inspiradas nas Olimpíadas de Tóquio

06/08/2021
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Sim, as Olimpíadas de Tóquio 2021 estão chegando ao fim e não haverá mais jogos sendo transmitidos de madrugada. Mas isso não significa que a gente tenha que se desprender totalmente do ar olímpico. 

Até porque enquanto sociedade temos cada vez mais falado sobre como reciclar, reutilizar e ter um consumo e vida sustentável. E as Olimpíadas, tradicionalmente, precisam ser planejadas com base nos pilares da sustentabilidade. Os jogos devem promover a diversidade e equidade, investir em infraestrutura natural e soluções social e ambientalmente responsáveis para a mobilidade e staff

Ainda que alguns críticos discordem do título de ‘Olimpíadas mais sustentáveis da história’, o Comitê Olímpico Internacional vê as Olimpíadas de Tóquio como um divisor de águas. Toda a organização dos jogos, da infraestrutura ao staff, foi pensada para contribuir positivamente com cinco macrotemas: mudanças climáticas, gestão de recursos, meio ambiente e diversidade, direitos humanos e boas práticas comerciais dentro dos princípios da ONU e um padrão de sustentabilidade para produtos ligados à marca das Olimpíadas.

Um termo-chave que engloba todos esses pontos não pode ser desassociado de Tóquio 2021: economia circular. Ela trata de um modelo de produção que tem em materiais reciclados a matéria prima e, ao longo do ciclo de vida do produto, evita desperdícios e poluição. Reduzir a extração de recursos naturais e usar a tecnologia e inovação a favor das práticas sustentáveis e técnicas de como reciclar é o mote da proposta da economia circular, que se apresenta como uma alternativa ao modelo atual e linear, de extração, produção e descarte. 

Ao trazer a promoção da economia circular como bandeira, Tóquio 2020 dá exemplos do que pode ser planejado e consolidado de forma sustentável no presente e no futuro, de forma simples ou muito elaborada. É o que acredita Marie Sallois, diretora de Desenvolvimento Corporativo e Sustentável do COI. 

De fato, algumas iniciativas vistas nas Olimpíadas dão insights e dicas de como reciclar da melhor forma e como podemos ajustar nosso dia a dia com mais materiais reutilizados e reciclados e colaboração entre diferentes agentes.

Que tal se inspirar em Tóquio 2021 para deixar sua vida mais sustentável e dentro da proposta da economia circular? 

Veja 4 dicas para começar:

1. Para saber como reciclar, saiba o que você quer

A organização por trás dos jogos de Tóquio mirou logo em um modelo de produção que fosse reciclável e reutilizável desde o primeiro momento. E foi a partir disso que os processos de preparação da cidade para as Olimpíadas foram pensados.

Por exemplo, o alumínio usado na tocha olímpica teve origem na reciclagem. Ele veio do alumínio que já havia sido usado nas habitações temporárias construídas para as vítimas do terremoto de 2011 e do Tsunami.

Trazendo isso para dentro de casa, fica claro que a questão não é a reciclagem pela reciclagem, ou a sustentabilidade pela sustentabilidade. É preciso saber o estilo de vida, os processos da rotina e o que e como cada um gosta de fazer. Isso mapeado, o próximo passo é encontrar ou desenvolver soluções para agregar práticas e produtos sustentáveis aos processos que já existem na sua rotina. E ai se entende o que e como reciclar.

2. Dá para tirar ouro, prata e bronze do lixo

Sabia que as medalhas dos brasileiros Rebeca Andrade (ginástica), Rayssa Leal (skate), Ítalo Reis (surf), Luisa e Laura (tênis), Alissom Santos (400m com barreira) e Thiago Braz (salto), entre outros, vieram do lixo? Para quem acompanha a economia circular de perto, isso não é uma surpresa.

Afinal, a premissa básica da proposta é que todos produtos sejam pensados para serem reutilizados, e quanto menos recursos naturais forem utilizados como matéria prima, melhor. Além disso, ao final do ciclo do produto, se houver algum resíduo, é bom que ele seja um nutriente.

Bem, a organização dos Jogos foi ao lixo recolher os três metais para as medalhas. Durante 2 anos, mais de 6 milhões de eletrônicos foram coletados, e deles foram extraídos os materiais suficientes para produzir cerca de 5 mil medalhas. 

Ok, esse processo é um tanto complexo para fazer dentro de casa e com certeza comprar uma joia na joalheira é mais simples e agradável. Mas vamos ficar com a ideia. Do que está indo para o seu lixo e descarte, o que “vale ouro”? Examine seus processos, seus impulsos e os pontos de descarte especializados mais próximos de você. O que dá para criar a partir das garrafas descartadas? Já experimentou fazer sabão a partir do óleo? 

3. Valorize seu plástico – ele te coloca no alto

Os atletas passaram pelo menos quatro anos treinando muito para subir em um pódio que foi feito de plástico doado. Ou seja, o que importa é o design, emoção e valor agregado ao material, e não sua origem.

Traçando um paralelo com o dia a dia, dois pontos ficam bem claros. Primeiro, é importante estar atento a diferentes disponibilidades de fontes para serem usadas como matéria prima. Segundo, o potencial da combinação entre reciclagem e inovação e criatividade é gigantesco. 

Já parou para pensar quantos objetos de cozinha, decoração e vestuários têm sido feitos a partir de materiais usados? Além de terem um valor agregado, eles também significam menos lixo solto sem necessidade por aí.  

4. Como reciclar mais e melhor: tenha pessoas dispostas por perto 

Os símbolos da vitória das Olimpíadas de Tóquio foram produzidos a partir de materiais doados. A medalha até é exclusiva, mas não seria possível sem a participação de terceiros. Os plásticos do pódio vieram de embalagens vazias doadas pela população e os metais das medalhas estavam nos eletrônicos (laptop, celular e câmera digital) descartados pelos japoneses. A visão do todo e a colaboração da sociedade foi fundamental. 

Ao ter a intenção de reduzir o lixo e desenhar produtos que podem ser reutilizados, a economia circular entende o ecossistema e como diferentes agentes atuam nele. E considera tais aspectos no desenho do produto e estrutura da operação. 

Trazendo isso para a perspectiva de cada um, fica evidente que adaptar a rotina às premissas da economia circular não será possível se esse esforço ocorrer apenas no plano individual. Para repensar um processo, é preciso entender quem faz parte dele para, assim, conversar sobre alterações e combinar esforços e intenções para transformá-la. 

Viu só como dá para se inspirar? As transformações que a sociedade precisa passam por mudanças no nosso comportamento dentro de casa e também nos processos da economia como um todo. 

Que tal começar, na medida do possível, a aplicar as boas práticas na sua rotina?  

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