Por Lua Couto*
Se você olhar bem de perto, o que chamamos de eu talvez nem exista. Crescemos em um mundo pensado para a dimensão individual da existência. Um mundo que desenlaça nossas habilidades comunitárias, que desvaloriza o nós, que nos ensina a competir e agigantar nosso ego. Quanto mais para você, menos para mim, logo preciso me proteger de você e do mundo.
O pensamento egocêntrico cria a narrativa em que vivemos: guerras, concorrência, disputa, a própria ideia de sucesso vem desse lugar em que nos enxergamos separados do todo.
Thich Nhat Than, monge budista vietinamita, nos ensinou em seu livro ‘O coração da compreensão’ sobre a interexistência de todas as coisas, a qual ele deu o nome de interser. Tudo coexiste. Interser é nossa condição primordial. Você simplesmente não consegue ser por você mesmo porque a sua própria existência é parte de uma rede de colaboração entre seres humanos e não-humanos. O ar que você respira, a umidade e o sol sobre o seu corpo, as condições do seu intestino, a sua ancestralidade, esses são só alguns exemplos simples que nos mostram que estamos sempre em relação a outros seres. Como disse no começo desse texto, se você olhar bem de perto, talvez esse eu nem exista. Sem a colaboração, nada existiria de fato.
A natureza opera através da lógica da colaboração. Em relacionalidade. E enquanto penso nesse emaranhado humano e não-humano que cria as condições ideais para que esse planeta azul, e eu e você também, sejamos o que somos, lembrei da história da Vivi. A primeira personagem das nossas crônicas de impacto.
Quando fomos entrevistá-la para o vídeo que você encontra aqui, uma frase me marcou: “A sua luta não é só sua”. Essas palavras me atravessaram e fizeram sentido junto ao que chamamos na VOX Capital, carinhosamente, de efeito Caleidoscópio ou seja, a soma de ações e pessoas que compõem um cenário de futuro. A Vivi está certíssima, ela não está sozinha.
Vivi nasceu em São Paulo e descobriu um câncer em 2020. Ela, apaixonada por educação e pelos filhos, se viu tendo que lidar com um diagnóstico como esse e com a ameaça à sua vida ao mesmo tempo em que cria os filhos e não esquece dos seus sonhos, como a pedagogia. Como ela mesma diz, é preciso, após uma experiência como essa, conquistar o dia após dia. É preciso ter em quem se apoiar e por quem viver. A relacionalidade, ou melhor, a consciência dela, salvaram a Vivi.
Além de todo apoio da família e dos médicos, durante todas as etapas do tratamento, Vivi contou pra gente como foi importante o suporte do aplicativo WeCancer, uma ferramenta de apoio que caminha lado a lado com quem foi diagnosticado, colaborando para o cumprimento do tratamento e dando apoio emocional àqueles que estão passando por esse momento difícil.
Mas porque estou falando da WeCancer aqui? Porque pra nós ouvir a história dela e entender melhor a rede de impactos que os investimentos da VOX Capital causam na vida de quem é beneficiado pelas tecnologias que impulsionamos com nosso trabalho e com o aporte de nossos investidores é de fazer o olho brilhar. Como no caleidoscópio, a imagem do interser e da rede de colaboração que muda a vida das pessoas se mostra viva diante de nós ao conhecer a história da Vivi.
Crônicas como essa aqui tem pouco a ver com uma forma de abordar as tecnologias ou os investimentos com a qual nos acostumamos. Nossa ideia é que essas histórias cumpram o papel de tecer uma grande imagem de quem impactamos pelo caminho, para servir como farol para a regeneração do planeta e das relações humanas. Porque a história da Vivi, da WeCancer e da VOX se entrelaçam nessa transição em direção a um mundo 100% regenerado onde o capital serve à dignidade humana e à saúde do planeta. Como tem que ser daqui pra frente. Acompanhe as crônicas e os filmes para conhecer um pouco mais das histórias de impacto e dos seus personagens.
*Lua Couto é pesquisadora de narrativas regenerativas e futuros possíveis e assina colaborativamente com o time VOX Capital