Enquanto o resto do mundo tenta mitigar os efeitos das mudanças climáticas e investe em fontes de energia mais limpas para reduzir as emissões de carbono, o Brasil é referência em energia renovável. Entretanto, o risco de racionamento de energia em 2021 traz indícios de que um sistema movido por fontes renováveis não é imune a falhas.
Na prática, a eficiência de um ecossistema de energia não depende apenas da fonte de geração, que pode ser renovável (hidrelétrica, solar, eólica e biomassa) ou não renovável (petróleo, gás natural e carvão). É preciso olhar para todo o sistema, incluindo distribuição, transmissão e diversificação das fontes.
A energia renovável no Brasil representa quase 50% de toda a nossa matriz energética, que considera também a energia para indústrias e mobilidade. Especificamente quanto à energia elétrica, 90% de toda a produção vem de fontes renováveis. Entretanto, nosso ecossistema deixa a desejar na distribuição, transmissão e diversificação de fontes, como mostram números da EPE (Empresa de Energia Elétrica) e Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica):
Fontes de energia elétrica renovável no Brasil
- De toda energia elétrica produzida, 65% vem das hidrelétricas
- A segunda principal fonte é a biomassa (10,6%), que vem de processos da a cana-de-açúcar e esterco
- Na sequência, a energia eólica fornece 10% da eletricidade no país
- A solar ainda representa 0,9% da geração
Distribuição e transmissão
- Mais de 90% da matriz elétrica é gerada por plantas centralizadas e afastadas dos centros de consumo
- O país é enorme, e por isso a estrutura para transmissão e distribuição é complexa e exposta a perdas
- Mais de 15% de toda a energia produzida no país é perdida ao longo da transmissão e distribuição, aponta este estudo sobre financiamento para uma economia de baixo carbono
Impacto socioambiental
- 35 milhões de hectares (ou campos de futebol) são inundados para a construção de hidrelétricas
- Mais de 200 mil famílias foram deslocadas para dar espaço às hidrelétricas
Para analistas, as informações acima mostram que as características do sistema energético são um resultado da geração, transmissão e distribuição de energia, e não apenas do tipo de fonte usada.
Da energia renovável à energia sustentável
Aqui na VOX Capital, acreditamos que o ecossistema de energia deve ser sustentável. Isso significa ser eficiente, resiliente e renovável. A VOX reconhece que soluções de fomento a fontes renováveis são importantes na transição para uma economia de baixo carbono. Ainda assim, nosso negócio quer ir além.
No setor de energia, a VOX Capital está atenta às soluções e tecnologia de geração de energia distribuída, principalmente de fontes solar e eólica. Elas consistem em centros de micro ou mini-geração independentes das grandes usinas de geração, e próximos aos centros de consumo em indústrias, negócios ou mesmo bairros.
Esses negócios geram impacto socioambiental positivo porque:
- Reduzem perdas ocorridas na distância entre geração e consumo
- Propiciam maior flexibilidade e agilidade na implantação dos projetos, que acaba sendo bem menos complexa que a implantação de hidrelétricas e plantas maiores
- Minimizam impactos ambientais porque reduz a necessidade de hidrelétricas e seus impactos negativos nos habitats em que estão instaladas.
Investimento de impacto no setor de energia
O setor de energia está passando por várias transformações, e isso aumenta seu potencial de investimento.
O setor é um dos mais bem regulamentados consolidados no mercado de capitais. Ao mesmo tempo, é peça-chave do avanço da infraestrutura no país, cada vez mais dependente de investimentos do setor privado para se financiar, como ressalta Leandro Rodrigues, Diretor de Crédito e Renda Fixa da VOX Capital.
Além disso, a necessidade de transição para uma economia de baixo carbono e o desejado avanço da capacidade produtiva no país também vão demandar novas instalações, soluções e tecnologias no setor.
Mas há desafios. O mercado tradicional de energia se financia com títulos de dívida como debêntures, mecanismo financeiro já consolidado mas que não atende a todos os perfis de empresas que buscam financiamento.
Hoje, parte dos negócios de geração distribuída no Brasil já buscam empréstimos, mas não têm acesso às debêntures. O cenário evidencia a importância da diversificação das fontes de energia e também das formas de financiar empresas.
“O FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) é uma alternativa porque possibilita a utilização de estruturas envolvendo recebíveis e contratos. Ele nos permite ir além de títulos de dívida corporativa como debêntures”, analisa Rodrigues.
A VOX acredita que para cumprir a missão de financiar a transição rumo a uma economia sustentável e de baixo carbono, o mercado de capitais deve inovar processos e buscar os mecanismos financeiros mais adequados à realidade das empresas que vão fomentar o ecossistema de energia renovável, eficiente, resiliente e, por isso, sustentável.
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