gestão de impacto

Celcoin, de impacto social, levanta mais R$ 55 milhões

19/07/2021
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A Celcoin, fintech de impacto social que desenvolve soluções para expandir o acesso ao atendimento bancário e fomentar a inclusão financeira, levantou R$ 55 milhões em seu terceiro aporte. A VOX Capital, gestora pioneira em investimento de impacto social no Brasil, foi novamente uma das líderes da rodada.

São coinvestidores o BoostLab do BTG Pactual (R$ 5 milhões), Torq Ventures, braço de corporate venture da Sinqia (R$ 15 milhões) e dois investidores pessoa física (R$ 20 milhões ao todo). O aporte da VOX é de R$ 15 milhões, e o novo valuation não foi divulgado.

Para onde vai o dinheiro?

O capital será usado para expandir as operações da Celcoin e obtenção de licenças perante o Banco Central para atuar como Iniciador de Transações de Pagamento.

Com o movimento, o impacto social da Celcoin será intensificado. “A expansão fomenta o impacto da Celcoin porque traz possibilidade de novos produtos e serviços como o de crédito, complementando soluções de bancarização e inclusão financeira”, afirma Daniel Izzo, Sócio e Cofundador da VOX e membro do conselho da Celcoin.

Impacto social

A VOX Capital acompanha a Celcoin desde 2018, quando avaliou que a startup se encaixava na tese de inclusão financeira da gestora.

Uma das frentes de negócio é o app Rede Celcoin, que transforma microempreendedores em correspondentes bancários. Com soluções de tecnologia, eles oferecem serviços financeiros à população mais desassistida nos rincões do país. Há impacto positivo para os microempreendedores, que conseguem aumentar a renda e movimentar seu negócio.

E também para os usuários finais, que muitas vezes são desbancarizados, não têm internet banking ou dependem das agências físicas de bancos e lotéricas para realizar pagamentos. Com a Rede Celcoin, os pagamentos ficam facilitados. Cerca de 60% do faturamento da fintech vem dessa frente de negócios.

O potencial da Celcoin

O potencial da Celcoin é claro para a VOX: o Brasil tem 40% da população desbancarizada ou sub bancarizada. Na visão da VOX, é grande o potencial de uma empresa que apresente soluções para os desbancarizados.

O primeiro aporte da gestora na Celcoin foi em 2019, na série A. Em 2020, uma rodada Série B no valor de R$ 23 milhões foi liderada pela VOX, que teve como parceiro o BoostLab, do BTG Pactual. Este terceiro aporte, no valor de R$ 55 milhões, é referente à série B1.

Com uma posição no board da Celcoin, a VOX ajudou na estruturação da nova rodada. “É importante o movimento de aumentar a musculatura da empresa e reforçar sua posição no mercado de infrastructure finance. Ajudamos o CEO com alguns contatos e respaldo junto a parceiros estratégicos”, relata Marcos Olmos, Head de Venture Capital da VOX.

Agora, a VOX usará sua visão de impacto social e expertise na gestão para aconselhar a equipe da Celcoin a entender as principais demandas e perfis de profissionais que serão peça-chave na expansão do negócio e do impacto social ligado à proposta de valor da empresa.

Os efeitos da gestão de impacto

Ainda nas primeiras conversas entre VOX e Celcoin, foi identificado que nem todos os produtos oferecidos pela Celcoin de fato fomentavam a inclusão financeira.

“Desde que fizemos o processo de pré-investimento com a VOX, organizamos nosso portfólio pensando sempre no impacto para a população final. Ou seja, levando inclusão digital e financeira para a ponta”, afirma o Cofundador Adriano Meirinho. “Um exemplo são os produtos que antes eram restritos a quem tinha cartão de crédito, como a Netflix, e graças à Rede Celcoin agora podem ser adquiridos com dinheiro”.

Já produtos como joguinhos eletrônicos e capinhas de celular, que não fomentam a inclusão financeira, foram retirados do portfólio. Eles até podem gerar renda extra pra empreendedores, mas não são sinônimo de inclusão.

A Rede Celcoin tem 17 mil agentes, como são chamados os empreendedores que se transformam em correspondentes bancários. Eles estão espalhados por quase 3 mil cidades em todo o Brasil. Os clientes finais já são mais de 23 milhões e o total transacionado ultrapassa o R$ 1,5 bilhão por mês.

Uma pesquisa do Insper Metrics em 2019 mostrou que cada usuário final da Celcoin teve economia média de R$ 16 e 44 minutos por mês. E a partir dessa pesquisa, que serve como informação estratégica, a fintech está aprimorando sua atuação em cidades que, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), têm baixo índice de serviços. É nessas regiões que as pessoas gastam dinheiro e tempo de deslocamento para pagarem suas contas.

Os 40% restantes do faturamento da Celcoin vem do F.Hub API, solução de API (Interface de Programação de Aplicação) com backend bancário completo, que possibilita que bancos digitais e outras fintechs parceiras ofereçam a opção de pagamento de contas em suas plataformas.

Celcoin bem posicionada

Entre tantas transformações no mercado financeiro, a avaliação é que a Celcoin está bem posicionada. O PIX trouxe avanços importantes, mas é restrito aos bancarizados. Há muito chão para que ele alcance os 40% hoje desbancarizados, e a Celcoin tende a pavimentar esse caminho com suas soluções de inclusão financeira.

Em paralelo, a atuação junto às fintechs alcança outro patamar com a participação da Sinqia, principal fornecedor de estrutura de banking para o open banking e o próprio PIX.

A Celcoin está bem posicionada para ser líder e evoluir nas novas modalidades financeiras que tendem a ser estimuladas pelas agenda pró-modernização do Banco Central”, avalia Olmos.

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