Já não dá para os brasileiros questionarem se as alterações climáticas são fato ou boato. Só entre julho e setembro o país sentiu calor em pleno inverno e assistiu a tempestades de areia e chuva de granizo acontecendo em regiões próximas. Não à toa, os quadros de ansiedade com as mudanças climáticas estão mais comuns.
A ansiedade diante das alterações do clima
Quadros assim têm sido tão comuns que a Lancet, uma das revistas sobre saúde mais respeitadas do mundo, criou o termo ‘eco-ansiedade’. Ele se refere ao nível de tensão e estresse que a pessoa sente em relação ao clima. Quem sofre de eco-ansiedade se sente impotente por não saber como solucionar as mudanças climáticas e os prejuízos que elas causam.
De fato, não dá para fazer chover depois de meditar. Mas a impotência não se justifica. Já há soluções no mercado e iniciativas para serem adotadas por consumidores, investidores e empreendedores.
Investimentos são ferramentas contra a eco-ansiedade
Além de propiciar retorno financeiro, os investimentos são instrumentos que estimulam produtos, soluções, negócios e modelos de operação em que acreditamos e que queremos ver prosperar. Na prática, os investimentos são uma forma de aumentar a pro atividade e sair da zona de impotência.
Os eco-ansiosos querem fomentar negócios que mitiguem os danos ambientais, reduzam as emissões de carbono e o desperdício de água, e estejam alinhados à economia circular. Os investimentos ESG, responsáveis, sustentáveis e de impacto social e ambiental respondem exatamente a essa demanda.
Onde investir para diminuir a ansiedade com as mudanças climáticas
Para os mais preocupados com as emissões no campo, que tal procurar empresas que se dediquem a resolver essa questão e já estejam representadas no mercado de capitais? É crescente a quantidade de companhias do agronegócio agindo para reduzir as emissões de CO2.
Vale direcionar os investimentos também para o setor de energia, priorizando empresas que fomentem sistemas sustentáveis. Esse é um ponto importante porque uma solução de energia não se limita à fonte de geração. Ela deve incluir também a frente de transmissão e distribuição.
No caso da poluição dos rios e consumo excessivo de água, uma sugestão é buscar companhias com boas práticas em ambas as frentes, e principalmente as que se associam a startups de soluções para despoluição das águas e otimização de recursos naturais.
O próprio mercado financeiro, do qual fazem parte as gestoras de investimento, têm criado produtos direcionados para essas soluções. Na carteira dos fundos há renda variável e renda fixa, e também há os ETF, que são fundos que replicam índices como o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) da B3.
Sem ansiedade com as alterações no clima
O investimento em produtos financeiros responsáveis e voltados a soluções ambientais e sociais é uma ferramenta disponível para qualquer pessoa estimular soluções socioambientais positivas que precisam prosperar. Nesse contexto, os jovens no início da vida financeira, têm muito poder de ação e retorno nas mãos.
As mudanças climáticas são sim um ponto de preocupação, mas elas também podem ser uma convocação para a nossa pro atividade em relação ao clima. Afinal, 100% dos investimentos impactam a vida das pessoas e do planeta, e esse efeito precisa estar no nosso processo diário de tomada de decisão.